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Comunidades pesqueiras trocam conhecimentos em visita a instalações da FURG

Fórum realizado na quinta-feira, 6, nos prédios da Escola de Química e Alimentos e do Instituto de Oceanografia reuniu dezenas de trabalhadores artesanais da região

Photograph: Fernando Halal/Secom

Voltado para os envolvidos com a atividade pesqueira, o Fórum Soluções para a Pesca proporcionou a cooperativas da pesca local a oportunidade de visitar e participar de oficinas dentro do ambiente acadêmico da FURG. Realizado na quinta-feira, 6, nos prédios da Escola de Química e Alimentos (EQA) e do Instituto de Oceanografia (IO), o evento reuniu dezenas de trabalhadores artesanais de Rio Grande e região.

O Fórum foi realizado em virtude da conclusão das atividades dos projetos Desenvolvimento e Validação de Produtos Obtidos a Partir de Resíduos da Indústria Pesqueira na Região Sul-RS, e Fortalecimento da Atividade Pesqueira na Região Sul. Ambos estão inseridos no Polo de Modernização Tecnológica do Litoral Sul – Setor Pesqueiro, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia do RS (SDECT) e financiado pela SDECT através de recursos financeiros do Banco Mundial.

O vice-reitor da FURG, Danilo Giroldo, disse se sentir honrado em marcar presença em um evento de tamanha importância. “O saber acadêmico só faz sentido quando entendemos e compartilhamos as atividades de vocês, pescadores, para que possamos estabelecer parcerias a fim de gerar desenvolvimento social”, explicou. “Os resultados que já foram obtidos são excelentes, e o potencial de geração de novos resultados é ainda maior”, completou o vice-reitor.

O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Eduardo Secchi, afirmou que é obrigação da universidade “produzir pesquisa de qualidade, interagir com a comunidade e agregar valor aos recursos humanos”.

O professor Ednei Primel, da Escola de Química e Alimentos (EQA), recebeu o grupo pela manhã, apresentando a infraestrutura e os laboratórios do prédio. Divididos em dois grupos, os pescadores participaram das oficinas Tratamento de Efluentes, Produção de Quitina e Quitosana a Partir da Casca de Camarão, e Produção e Refino de Óleo de Peixe e Gelatina – do Resíduo ao Produto de Alta Qualidade.

De acordo com o presidente da Associação dos Pescadores e Aquicultores da Praia do Cassino (APAAC), Luiz Carlos Pereira, as atividades foram muito boas. “Os pesquisadores nos mostraram caminhos excelentes para a geração de emprego e renda. Na crise em que nos encontramos, buscar essas melhorias voltando-se ao meio ambiente é essencial. Tudo será aproveitado, nada será descartado na natureza. São projetos que precisam de mais viabilidade, para que o povo consiga alcançar conhecimento”, avaliou.

Para a pescadora Juliana Garcia, da Vila Santa Isabel, em Arroio Grande, o óleo bruto ou refinado que será produzido na colônia trará muitos ganhos. “Vamos seguir trabalhando, aproveitando cada vez mais o óleo e o resíduo do peixe. Os recursos que devem vir servirão para manter a cooperativa e a própria comunidade”, disse.

Após as saídas de campo, foi planejado o futuro das atividades do Polo Pesqueiro Inovador através da discussão coletiva em plenária.

Incentivos e fortalecimento

O projeto Fortalecimento da Atividade Pesqueira na Região Sul tem como objetivo fortalecer a atividade pesqueira da região sul através da qualificação do pescado produzido, do desenvolvimento e/ou aperfeiçoamento de metodologias para a produção de gelatina, filmes biopoliméricos e óleo de alto valor agregado, a partir dos resíduos de pescado, e do auxílio às cooperativas na implementação e/ou melhoria no sistema de tratamento do efluente gerado.

Já o projeto Desenvolvimento e Validação de Produtos Obtidos a Partir de Resíduos da Indústria Pesqueira na Região Sul – RS tem por objetivo incentivar a inovação na economia da pesca através do desenvolvimento e da validação de produtos derivados do resíduo da atividade pesqueira, da interação entre universidade e comunidade para transferência de tecnologia, e da capacitação dos pescadores para a diversificação da produção atrelada ao pescado.

Os dois projetos envolvem pesquisadores da EQA e do IO da FURG, e têm também a participação do Núcleo de Desenvolvimento Social e Econômico (Nudese) e de cooperativas de pescadores artesanais, que vêm sendo inseridas gradativamente no ambiente acadêmico.

 

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