MARÇO LILÁS

Coletivo feminista Dandaras promove atividade no Campus São Lourenço do Sul

Roda de conversa sobre violência contra a mulher aconteceu no último dia 15

Photograph: Divulgação
cadeiras estão dispostas em círculo e aparecem seis mulheres. Uma delas gesticula, como quem está falando. Nas costas desta mulher, aparece escrito na camiseta: Polícia Civil. No centro do círculo, dispostos ao chão, aparecem diversos cartazes com símbolos do feminismo. A foto tem a luz borrada e é escura.

O Coletivo Feminista Dandaras realizou uma roda de conversa na última sexta-feira, 15, no Campus São Lourenço do Sul. A atividade compõe a programação do Março Lilás da FURG.

Organizado pela estudante Michaella Sant' Anna e pela professora Graziela Rinaldi da Rosa, o evento foi motivado pelos diferentes casos de violências contra a mulher, que já têm sido temas que o coletivo problematiza junto à comunidade acadêmica, externa e representantes de órgãos públicos. Estiveram presentes na roda de conversa estudantes, membros da comunidade em geral e pessoas que atuam no campo da saúde, segurança pública, educação e serviço social na região.

Durante a roda de conversa foram abordados os tipos de violência doméstica, a Lei Maria da Penha e a Lei 13.104/15 que altera o código penal, incluindo mais uma modalidade de homicídio qualificado - o feminicídio - quando esse crime acontece contra a mulher por razões da sua condição de sexo feminino. Também foram trazidos para o debate alguns casos de feminicídio, reflexões sobre o patriarcado, o machismo, relações de gênero e educação.

Dentre os presentes estava a policial Cristina Meyer da Cunha, parceira do Coletivo Feminista Dandaras desde 2014. Cristina falou sobre a Lei Maria da Penha e sobre feminicídio, além de apresentar o trabalho do Cartório da Mulher de São Lourenço do Sul, reafirmando a importância da rede de enfrentamento aos diferentes tipos de violência contra a mulher.

Participantes da atividade destacaram a importância desse debate e da formação para os profissionais, especialmente da saúde e do direito, por serem os profissionais que atendem diretamente as demandas das mulheres vítimas de violência. Na ocasião, a comunidade questionou sobre a emergência de políticas públicas voltadas para as mulheres, a necessidade de se ter o Conselho da Mulher e uma casa de acolhida no município.

Cartazes que denunciavam casos de violência doméstica e feminicídio foram confeccionados e colocados pelo campus da universidade. Um dia depois que o assassinato da política e socióloga feminista Marielle Franco completou um ano, cartazes também questionavam: quem mandou matá-la? O protesto buscou recordar que nenhuma violência contra a mulher deve ser silenciada e que é preciso enfrentar o feminicídio.

Políticas públicas para mulheres

O Coletivo Feminista Dandaras, tem realizado diferentes rodas de diálogo, intervenções na praça da cidade, oficinas em escolas, entre outras ações que visam contribuir para a qualidade de vida das mulheres da região. Essas ações são fruto de diálogos com movimentos sociais e mulheres da comunidade. O coletivo procura também contribuir para a valorização das mulheres de povos tradicionais que vivem nessa região por meio de eventos, como o Seminário das Mulheres do Campo, das Águas, Florestas e Cidades, que ocorre em São Lourenço do Sul e estabelece diálogos com mulheres do campo, como as pomeranas, quilombolas, agricultoras familiares, mulheres da cadeia produtiva da pesca, benzedeiras, mulheres de povos de terreiros, entre outras.

A coordenadora do Coletivo Feminista Dandaras, Graziela Rinaldi da Rosa, afirma que esse ano será realizada a quarta edição do seminário, que pretende retomar a discussão da urgência de um conselho municipal que trabalhe com as demandas das mulheres, visando a implementação de uma Secretaria da Mulher. O proposto para esta secretaria é a atuação de pessoas que já possuem experiência com políticas públicas, para que sejam pensadas e planejadas ações eficazes para melhorar a qualidade de vida das mulheres levando acesso a oportunidades de trabalho, escolas para seus filhos - especialmente no campo e, dentre outras tantas demandas, a diminuição da violência contra a mulher.
Segundo a professora Graziela, promotora legal popular que trabalha há anos com o tema e com grupos de mulheres, no município de São Lourenço do Sul há muitos casos de violência doméstica, psicológica e patrimonial, sendo necessário romper o silêncio e falar sobre o tema.

Mais informações sobre a atuação do Coletivo Feminista Dandaras ou sobre como participar dele podem ser obtidas pelo e-mail grazirinaldi@gmail.com.

 

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cadeiras estão dispostas em círculo e aparecem seis mulheres. Uma delas gesticula, como quem está falando. Nas costas desta mulher, aparece escrito na camiseta: Polícia Civil. No centro do círculo, dispostos ao chão, aparecem diversos cartazes com símbolos do feminismo. A foto tem a luz borrada e é escura.

Roda de conversa sobre violência contra a mulher no campus São Lourenço do Sul

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