Estudantes do curso de Engenharia Mecânica Empresarial participaram de uma caminhada guiada pelo campus Carreiros da FURG, tendo dificuldades como olhos vendados e confiando no próprio tato e nas orientações de um guia.
A atividade aconteceu na noite de 8 de junho. A aluna Geciele Dias de Almeida esteve entre os participantes da caminhada, realizada em duplas. "Durante a experiência pude observar o quão difícil se torna não termos um sentido do corpo, e, na falta deste, os demais se sobressaem. Fiquei desorientada na locomoção ao ter os olhos vendados, me tornando totalmente dependente da minha guia. No trajeto entre o pavilhão 1 e o Centro de Convivência, que realizo diariamente, não tinha percebido o quão dificultoso é para os deficientes, visto que possui desníveis no chão, colunas que ligam os pavilhões, degraus, e sem o piso tátil para melhor atender a deficiência citada". Ela acredita que, após esse contato prático com a dinâmica, "a peça-chave é sermos profissionais que não foquem no padrão que o mundo em si enfatiza, e sim em um mundo igual e acessível a todos. Somos iguais e diferentes ao mesmo tempo; o deficiente poderá ter limitação mas jamais exclusão, ou seja, deve-se ter empatia ao próximo".
Para o professor Lauro Witt, os resultados da caminhada "superaram muito as expectativas", quando os alunos aderiram à proposta procurando aproveitar ao máximo a experiência, identificando e percebendo o que seria a vida de uma pessoa que não tem a disponibilidade da visão como guia. "Este trabalho é resultado de um comprometimento do Laboratório de Criatividade da Escola de Engenharia em trazer as vivências e os desafios como práticas pedagógicas. Teremos outras oportunidades, como imobilizar os dedos dos alunos com esparadrapo e desafiar para que consigam escrever e desenhar, percebendo que o exercício profissional para atender pessoas com necessidades especiais requer especial competência e atenção", afirma.
Assim, o projeto Desafio Criativo continuará com outras etapas, que serão abertas à comunidade. A primeira delas será a palestra “Desmistificando o uso da Tecnologia Assistiva e Comunicação Alternativa”, a ser ministrada por Cimone Barbosa. Mãe de pessoa com deficiência e pedagoga, a palestrante é idealizadora e presidente da Associação Bageense de Pessoas com Deficiência (Abadef), além de presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de Bagé (Compede) e vice-presidente estadual do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência. A palestra acontece no dia 24 de junho, às 10h, na sala 1105 do pavilhão 1 do campus Carreiros.