EQA

Pesquisador da FURG apresenta projeto de combate à fome por meio de microalgas

Jorge Alberto Vieira Costa esteve em Brasília a convite do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

Foto: Luara Baggi (Ascom/MCTI)

O professor Jorge Alberto Vieira Costa, da Escola de Química e Alimentos (EQA) e do Programa de Pós-graduação em Engenharia e Ciência de Alimentos da FURG, foi recebido na semana passada em Brasília, no Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), pelo secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social, Inácio Arruda. Na ocasião, o pesquisador apresentou o projeto de transformação de água salobra em proteínas com a utilização de microalgas.

O estudo foi desenvolvido no Laboratório de Engenharia Bioquímica da FURG, sob a coordenação do pesquisador. Utilizando o potencial dessalinizador biológico das microalgas cultivadas em águas salobras (encontradas facilmente em regiões de mangue) e resíduos salinos do Nordeste brasileiro, o projeto visa combater a fome e a desnutrição, além de fomentar a geração de trabalho e renda para aquela região.

Com o projeto, a água salobra é filtrada e transformada em água potável por meio de um processo de desmineralização com o uso de equipamentos de osmose reversa.
A água salobra também será usada para o cultivo da microalga Spirulina. "Vamos tentar resolver a questão histórica de a água salobra ser vista como um problema, transformando-a em um ativo", aponta o professor, destacando a característica social do projeto. "Em um país que tem 70 milhões de pessoas abaixo da linha da miséria, não é possível que continuemos assim. E grande parte desses habitantes está justamente no semiárido brasileiro".

Desta forma, foi apresentada uma proposta que inclui a construção de quatro centros modulares onde serão produzidos bioprodutos como alimentos enriquecidos com microalgas, biomassa de Spirulina, biofertilizantes e ração para animais.

De acordo com o professor Costa, o projeto atende todos os objetivos da Organização de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU) e tem a previsão de desenvolvimento para 3 anos. Inicialmente, a ideia é implantá-lo nos estados da Bahia, Ceará, Paraíba e Pernambuco.