INTEGRAÇÃO

Campus Santa Vitória do Palmar movimenta centro histórico da cidade com o Seja FURG na praça

Ação promoveu o novo processo seletivo e as atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas na universidade

Foto: Otávio Chagas/Secom

Um dos grandes símbolos que materializam o ideal democrático, a praça pública, foi cenário de uma série de atividades desenvolvidas pelo Campus Santa Vitória do Palmar na manhã e tarde de sábado, 19, onde ocorreu o Seja FURG – evento voltado para a divulgação do processo seletivo próprio e promoção dos cinco cursos ofertados pela universidade no município vitoriense. Nesse dia, parte da comunidade acadêmica, composta por alunos, professores, técnico-administrativos em educação e direção, contornou os contratempos da falta de recursos (e mesmo da falta de tempo diante do apertado calendário letivo no final do ano) e, coletiva e criativamente, levou até aquele espaço urbano um pouco do muito que a universidade produz em ações de pesquisa, ensino e extensão.

A estrutura do evento, que ocorreu das 11h às 19h na praça histórica General Andréa, contou com duas tendas, cedidas pela prefeitura municipal; com um palco para apresentações artísticas; com um lounge, decorado com pufes e cadeiras – onde alunos e professores puderam compartilhar experiências e projetos desenvolvidos na universidade, e com uma equipe formada, majoritariamente, por alunos, que esteve disposta a auxiliar nas inscrições do processo seletivo próprio da FURG e a compartilhar informações sobre os cursos oferecidos em Santa Vitória do Palmar. 

Para a vice-diretora do campus, Darciele Menezes, o Seja FURG na praça sinalizou a importância da manutenção do vínculo entre cidade e universidade, demonstrando que a educação é um direito de todos. De acordo com ela, mais do que informar sobre os cursos e auxiliar nas inscrições do processo seletivo próprio, o campus apresentou para a comunidade vitoriense as diferentes formas da universidade, por meio da educação, transformar a realidade dos mergulhões e das pessoas que atravessam o país para estudar no extremo sul do Brasil. “A praça se transformou em uma mistura de projeções futuras e realizações concretizadas, inspirações e experiências, informação e cultura; se transformou em um espaço de reflexão e celebração da importância da interiorização do ensino superior proposto pela multicampia. A FURG está em Santa Vitória do Palmar para somar, desenvolver e realizar através do ato de educar, sem deixar de olhar para o contexto social na qual está inserida”.

Desconstruindo os muros metafóricos da academia

Muitos são os fatores que distanciam as pessoas do ensino superior brasileiro. Embora o programa de reestruturação e expansão das universidades públicas, instituído em 2007, tenha ampliado o número de vagas, a oferta de cursos e, ainda, viabilizado a construção de novas universidades, o país ainda possui baixos índices de diplomados. Segundo estudo publicado pela Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) no final de 2021, apenas 21% de adultos entre 25 e 34 anos possuem formação no ensino superior.

A falta de recursos financeiros, a descrença na ciência e o acesso desigual à informação são algumas das hipóteses possíveis para explicar essa realidade. Somado a isso, o contexto pós-pandêmico e a consequente instabilidade econômica e emocional geradas pela crise sanitária podem fundamentar a atual baixa no ingresso e permanência dos estudantes nas universidades brasileiras.

Em atenção a esse cenário, e dentro das limitações estruturais de uma instituição de ensino situada longe dos grandes centros urbanos, a FURG – Campus Santa Vitória do Palmar promoveu ações articuladas de visibilização da universidade, procurando democratizar os conhecimentos que produz. Na mesma semana em que o Seja FURG na praça foi realizado, um grupo de acadêmicos esteve em cinco escolas de ensino médio da cidade, divulgando os cursos e os programas de assistência estudantil que a universidade dispõe. De modo concomitante, a direção do campus participou de entrevistas nas rádios locais, explicando aos ouvintes as novas formas simplificadas de acesso à instituição.

Já durante o evento na praça General Andréa, uma programação cultural foi organizada de modo a chamar a atenção do público para a diversidade de atividades realizadas na FURG-SVP. O projeto Quintas Invenções, do curso de Eventos, apresentou à comunidade externa uma adaptação de sua proposta de intervenções artístico-culturais, promovendo um show de rock, com a banda local Nu Xadrezz, e um sarau poético com textos autorais de estudantes do campus. Egressos da universidade participaram de uma roda de conversa em que compartilharam relatos sobre as transformações de suas trajetórias profissionais com a passagem pela FURG.

Integrantes e coordenadores de projetos de pesquisa e extensão também estiveram presentes naquele dinâmico dia. O grupo do Programa de Educação Tutorial em Turismo expôs, por meio de banners, as ações acadêmicas que desenvolve na região. No mesmo estande de informações, bolsistas do projeto Troca de Livros, do instituto de letras e artes da FURG (Ila), atualizaram o acervo literário através das permutas realizadas com a comunidade local.

Na observação da tutora do PET Turismo, Lígia Dalchiavon, o deslocamento do campus até o centro da cidade foi uma iniciativa importante para a popularização da universidade. “Ações como essa são fundamentais para que a comunidade conheça nosso campus. A praça é um lugar com muita circulação de pessoas, então, estarmos aqui é importante para instruirmos quem deseja entrar no ensino superior. Diante da crise de reconhecimento sobre a importância da ciência, eu penso que é nossa missão mostrar que a universidade é um direito de todos, é de qualidade e está aberta a toda a comunidade”.

No mesmo sentido, o professor de espanhol, Wellington Machado, avalia que o evento ensaiou um importante movimento de intersecção da universidade com a comunidade. “Ao meu ver, além da inscrição in loco de pessoas interessadas no vestibular, a FURG mostrou à comunidade o que tem produzido nas dependências do campus. Desse modo, o saldo do evento foi bastante positivo, com integração de professores, corpo discente e comunidade externa. Espera-se que esta seja a primeira de muitas experiências integradoras”.

Também para o universitário Iago Sanchez Lacerda, um dos muitos estudantes que auxiliaram na organização do evento, o Seja FURG na praça ajudou a fortalecer os laços da universidade com os vitorienses. Segundo o jovem, que é nativo da região, parte da comunidade local ainda desconhece as potencialidades da universidade. Nesse sentido, destaca a necessidade de se propagar a importância da existência do campus na cidade. “Sabemos que não são todos os jovens que possuem o privilégio de sair da cidade para cursar uma faculdade fora, pois seus pais não têm condições de pagar por seus estudos. Então, esse evento foi de suma importância. A FURG precisa estar cada vez mais presente na comunidade”.

O Seja FURG, que até recentemente era denominado de Semana Aberta, é um evento institucional que existe no campus Carreiros desde 1996. A edição de 2022 marcou o retorno do formato presencial, suspenso desde o início das medidas de isolamento social decorrentes pandemia da Covid-19. 

 

Galería

Durante a realização do Seja FURG na praça, uma equipe de alunos auxiliou nas inscrições do processo seletivo próprio da universidade.

Otávio Chagas/Secom