Na tarde de sexta-feira, 18, o campus da FURG em Santa Vitória do Palmar recebeu a visita da deputada federal Maria do Rosário (PT). Em agenda pública pelo município vitoriense, a parlamentar, na companhia dos vereadores Maurício de Freitas e Viviane Muller, conheceu as instalações do campus e discutiu, com direção e professores, propostas para o desenvolvimento socioeconômico da região.
O encontro, que teve início por volta das 16h, ocorreu no auditório do Laboratório de Pesquisa em Turismo (Latur). Em uma roda de conversa, o diretor do campus, Fernando Comiran, e os professores Hemerson Pase e Lígia Dalchiavon contextualizaram a implementação da FURG na cidade e apresentaram os desafios para a viabilização de novos projetos de pesquisa e de extensão diante das atuais limitações infraestruturais e orçamentárias.
Com a perspectiva de retomada dos investimentos na área da educação para os próximos anos, a deputada Maria do Rosário sugestionou aos discentes e representantes do legislativo municipal a elaboração de um projeto conjunto de desenvolvimento regional, capaz de impactar efetivamente na melhoria de vida dos moradores da cidade, agregando formação técnica e renda às famílias. Para esse propósito, demonstrou-se à disposição para um diálogo próximo e continuado com a universidade com vistas a oportunizar tais ações.
À Secom, a parlamentar ressaltou que as universidades localizadas nas regiões de fronteira carregam a responsabilidade adicional de serem pontos de unidade do Brasil com os países vizinhos e, ao mesmo tempo, de apresentarem aos demais brasileiros toda a diversidade cultural existente nos territórios em que estão situadas. Reconhecida por sua atuação em defesa da democracia e dos direitos humanos, a deputada destaca o papel das universidades públicas na manutenção dos processos democráticos e de emancipação cidadã.
“A democracia não é algo apenas do universo político. Ela começa por isso, mas ela é também social e econômica. E fazer com que as fronteiras se desenvolvam economicamente é tarefa que as universidades nessas regiões têm para que o poder público, o setor privado, mas, principalmente, as comunidades, saibam que estar na fronteira não é estar longe, mas é estar em um lugar privilegiado para viver outras relações humanas, que as demais pessoas conhecerão no intercâmbio com vocês que aqui vivem”.
Questionada sobre o passado recente de ataques às instituições públicas e à ciência, a congressista acredita que as universidades são as instituições que melhor conseguirão interpretar o momento democrático pelo qual o Brasil atravessa. “Eu não vejo que estejamos em uma democracia consolidada, mas eu percebo que, nesse momento, as universidades têm a possibilidade real de pensarem, de fazerem essa reflexão com as comunidades, de fomentarem o que é a vida democrática nas cidades e dentro delas próprias”.
Para esse movimento de sensibilização social, a parlamentar defende a valorização da extensão universitária e o apoio à produção científica brasileira. “Com esse projeto de curricularização da extensão, é possível que estudantes, educadores e educadoras façam com que suas produções científicas, produzidas em diálogo com os saberes da comunidade, retornem, organizadamente, para a sociedade. Eu confio que a universidade receberá o devido apoio, porque o Brasil não pode ficar alheio à ciência. O maior atraso que nós vivemos e que, até agora, está impune, aconteceu no período da Covid-19, em que tivemos na presidência da república alguém que não respeitava a vacina, que não respeitava a ciência. Isso nos mostra que, em todas as áreas do conhecimento, precisamos revalorizar o pensamento científico e nos posicionarmos com objetividade diante daquilo que interessa à população, porque, afinal, nós temos universidades fazendo pesquisa e o que elas produzem é importante para um Brasil democrático”.
Para o diretor do campus, Fernando Comiran, a visita da deputada federal, a partir de uma agenda do parlamento brasileiro, foi de grande importância dado o esvaziamento das políticas públicas voltadas ao ensino superior nos últimos anos. Em vista disso, interpreta como significativa a vinda da bancada gaúcha, através do gabinete da Maria do Rosário, à instituição – oportunidade em que, de acordo com o gestor, foi possível dialogar sobre as fragilidades da universidade, acentuadas no governo passado, bem como sobre suas potencialidades, desde a instalação do campus da FURG em Santa Vitória do Palmar, para o desenvolvimento da região.
“O olhar sensível da Maria do Rosário sobre a importância da universidade pública para o desenvolvimento social e econômico da região merece destaque. De mesmo modo, cabe ressaltar o comprometimento do gabinete, através da deputada, em ser um parceiro na articulação de políticas públicas a partir da Universidade Federal do Rio Grande aqui em Santa Vitória do Palmar para o desenvolvimento deste território”, avalia o diretor.
