Estudantes dos cursos de Direito e Relações Internacionais da FURG tiveram a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a carreira diplomática do Brasil em palestra proferida pelo representante do Ministério das Relações Exteriores, Mateus Kuntzler. Na ocasião, o diplomata do Itamaraty explicou à comunidade acadêmica dos campi Carreiros e Santa Vitória do Palmar detalhes da profissão e as iniciativas do governo por maior diversidade no Serviço Exterior Brasileiro.

No campus Carreiros, o “convite à carreira diplomática” (tema da palestra) foi direcionado aos alunos do curso de Direito em roda de conversa realizada na manhã do dia 03 no auditório Cidec-sul.  Para o coordenador do curso, Luciano Vaz, o evento foi profícuo, apresentando a diplomacia como uma carreira atrativa para os profissionais da área do Direito. Os programas de ações afirmativas que foram divulgados, analisa o professor, demonstram o interesse do Ministério das Relações Exteriores em tornar o ingresso à diplomacia mais inclusivo, de modo a representar verdadeiramente a sociedade brasileira.

Mais ao sul, em Santa Vitória do Palmar, o diplomata Mateus Kuntzler conversou com professores e estudantes do curso de Relações Internacionais. Sua fala, ocorrida na manhã do dia 04 no auditório do Laboratório de Pesquisa em Turismo (Latur), foi recebida com entusiasmo pelo público presente, tendo em vista a proximidade da temática do encontro com a área de formação em Relações Internacionais, conforme constata o diretor do campus e professor do curso, Fernando Comiran: “Nossos discentes, mesmo longe das capitais, nas bordas do território nacional, conseguiram ter acesso a um diálogo direto e qualificado com a representação do Itamaraty. Isso é muito importante na melhoria da comunicação sobre os processos seletivos para o Instituto Rio Branco, que é, de certa maneira, uma carreira que dialoga muito com os nossos estudantes”.

De modo complementar, a professora Gabriela Kyrillos, considerou relevante a iniciativa do Governo Federal em mobilizar diplomatas de diferentes regiões do país para a divulgação da diplomacia como uma opção de carreira para estudantes de universidades públicas. “Enquanto professora da disciplina de Introdução às Relações Internacionais, penso que essa atividade foi particularmente relevante, pois, recentemente, discutíamos em sala de aula o mercado de trabalho, que é uma das demandas de qualquer estudante universitário – pensar as possibilidades de futuro com a aplicação daquilo que se está aprendendo ao longo do curso”. Ainda segundo a docente, é oportuna a intenção do Itamaraty em compor um perfil diverso em seu corpo diplomático: “Essa agenda é importante para que, de fato, pessoas de diferentes raças, de diferentes regiões do Brasil e de diferentes classes econômicas possam fazer o concurso e ascender na carreira, que ainda é, majoritariamente, composta por homens brancos, cisgêneros, heterossexuais e de classe média alta”.

Conexão Santa Vitória do Palmar – Brasília

Seguir a carreira diplomática sempre foi a intenção da estudante de Relações Internacionais da FURG, Mell Caroline Lemos. A futura internacionalista, que está no terceiro semestre do curso, relata que esse projeto de vida foi renovado com a palestra que prestigiou: “Poder escutar os processos para entrar no Instituto Rio Branco na voz de um diplomata, e saber que isso não é uma realidade tão distante, foi muito bom, muito motivador”.

A ocasião possibilitou a jovem conhecer as diferentes funções e áreas de atuação da profissão e sanar dúvidas sobre o concurso para a Academia Diplomática do Brasil. Compreendendo o desafiante caminho até Brasília, reconhece que a apreensão de todas as etapas de seleção, todavia, a aproxima de seu destino profissional. “Dá um medinho, óbvio, mas ajudou a descontruir muitos mitos que eu tinha sobre esse processo como sendo uma coisa extremamente difícil. Foi um momento muito produtivo, me animou a continuar nessa jornada e me motivou ainda mais como internacionalista”.

Tornar-se um diplomata

A carreira diplomática é um campo profissional voltado à representação do Estado em negociações internacionais e ao estabelecimento de relações diplomáticas entre diferentes países. Os diplomatas atuam em embaixadas, consulados e organismos internacionais na defesa dos interesses de seus país e na promoção do diálogo entre governos e sociedades civis.

Para ser um diplomata brasileiro, o candidato ao cargo precisa ser graduado no ensino superior e ter sido aprovado no Concurso de Admissão à Carreira de Diplomata do Instituto Rio Branco. Atualmente, por meio de programas de ações afirmativas, são concedidas bolsas de estudos que visam maior oportunidade de acesso à Academia Diplomática do Brasil, estimulando a diversidade regional, étnica e de gênero no Serviço Exterior Brasileiro.