Instituto Federal foi pauta de reunião no CTI

Secretário nacional de ensino técnico reuniu-se com professores e Reitoria da Furg para esclarecer pontos do projeto dos Ifets

O titular da Secretaria Nacional de Educação Profissional e Tecnológica Setec professor Eliezer Pacheco, esteve nesta segunda-feira na Furg e no Colégio Técnico Industrial CTI, para uma reunião com direção e os docentes do colégio vinculado à Universidade. O tema da reunião foi o projeto de criação dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia Ifets.

Eliezer Pacheco destacou a carência de escolas técnicas no País, lembrando que o Uruguai, país várias vezes menor que o Brasil, tem 150 escolas deste tipo, enquanto o Brasil, até 2002, tinha 140. Havia até mesmo uma lei (9.649/98) que impedia a criação de novas escolas técnicas. Ressaltou ainda o incentivo à indústria naval, pelo qual Rio Grande se transformará em um dos dois maiores pólos navais do País, necessitando de grande número de técnicos.

O crescimento das escolas técnicas será através dos Ifets e do ensino técnico a distância, aos moldes do ensino superior. Para quem ainda duvida dos resultados do ensino a distância, o professor lembra que, no último Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes Enade, os alunos de ensino a distância tiveram desempenho médio melhor do que os presenciais. Queremos formar cidadãos, não somente mão-de-obra para o capital, disse, destacando a manutenção e melhoria da qualidade do ensino técnico.

Quanto aos Ifets, o secretário disse que não existe nada similar no Brasil. Os institutos terão status legal de universidades, com direcionamento de 50% das vagas para o ensino médio técnico, 20% dirigido a licenciaturas (para atender à carência brutal de professores especialmente das ciências exatas) e 30% para cursos de tecnólogos.

Ainda de acordo com o secretário, não haverá transformação de escolas hoje existentes em Ifets. Estes terão Reitoria centralizada em um município e todos os colégios técnicos da região que quiserem integrá-lo farão parte do Ifet, que terá autonomia de gestão, com um reitor adjunto em cada unidade. Ele não vê desvantagens no projeto e diz que os direitos dos docentes e técnicos serão preservados e o vínculo com a Universidade, no caso do CTI, permanecerá.

Para o reitor João Carlos Cousin, as dúvidas existentes hoje sobre as mudanças no ensino técnico são normais. A própria Furg viveu estes questionamentos no ano passado, a respeito do projeto de expansão, o Reuni. Cousin acredita que este é o momento de crescer e o CTI, cujo ensino é um dos melhores do Estado, pode aproveitar a hora para que este crescimento seja efetivo e estratégico para a região, num momento de investimentos no pólo naval.

 

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