AVANÇOS

Reitor participa de audiência pública em Brasília sobre retomada da indústria naval

Professor Danilo Giroldo afirmou que é necessária uma política de estado para que o ramo seja consolidado

Photograph: Reprodução/YouTube

A Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados realizou na manhã desta terça-feira, 25, uma audiência pública para debater a retomada do crescimento da indústria naval brasileira. O reitor da FURG, Danilo Giroldo, foi convidado a participar e contribuiu com um depoimento no plenário.

"É muito importante retomar essa discussão e reconstruir essas políticas. A nossa indústria naval é competente e uma história de sucesso, de indicadores crescentes de produtividade. O que precisamos é de uma política verdadeiramente de estado para que o setor se consolide", afirmou o professor Giroldo, ao recordar o período entre 2007 e 2013 em Rio Grande, quando foi pró-reitor e vice-reitor da universidade e pôde acompanhar de perto os avanços. "Nessa época nós tivemos triplicada a arrecadação municipal, tivemos duplicada a renda da população de Rio Grande, e a população beneficiária do Bolsa Família diminuiu 50%, porque vivíamos uma situação de pleno emprego", completou.

As universidades responderam à época ao desafio da qualificação de mão de obra, conforme lembrou o reitor. Durante sua fala, citou a criação de cursos de graduação, mestrado e doutorado, além da instalação do Oceantec - Parque Científico e Tecnológico junto à FURG, que buscou atender as demandas de inovação tecnológica provocadas pela nova indústria. "O fortalecimento do setor deve passar por uma regulamentação mais robusta com os aprendizados necessários relativos ao conteúdo local, ouvindo trabalhadores e estaleiros, para que essa regulamentação se proteja também de eventuais mudanças de orientação política dos governos. Isso deve ser política de Estado, a indústria naval é assim nos países de referência para este setor", destacou o reitor da FURG.

O requerimento da audiência foi de autoria do deputado federal Jorge Solla (PT-BA). Ele citou uma pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), segundo a qual o impacto da Operação Lava Jato nos setores de construção e industrial foi o fechamento de mais de 2 milhões de empregos diretos e indiretos, atingindo uma série de investimentos da Petrobras e toda uma longa cadeia produtiva. "O setor, que em 2014 chegou a 82 mil empregos, em 2018 viu esse número minguar para menos de 20 mil", disse o deputado.

Também participaram da mesa o deputado Alexandre Lindenmeyer (PT-RS) e representantes do Departamento de Gás, Petróleo e Navegação do BNDES, Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval), Federação Única dos Petroleiros (FUP), Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM-Setor Naval) e Sindipetro Bahia.