Uma ação formativa realizada com graduandos dos cursos de licenciatura em Letras dos campi São Lourenço do Sul e Carreiros estimulou que os futuros professores relembrassem suas trajetórias no ambiente escolar quando ainda eram estudantes da Educação Básica.
Os estudantes foram convidados a trazer objetos pessoais que utilizaram no período escolar e tiveram a oportunidade de compartilhar seus relatos com os demais presentes. Participaram graduandos dos cursos de Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa, do campus São Lourenço do Sul; e Letras - Espanhol e Letras - Francês, do campus Carreiros.
A iniciativa “Memórias da Escola” foi desenvolvida pelas professoras do Instituto de Educação (IE) Janaína Lapuente, Luciana Dolci e Daniele Behrend junto a turmas do 5º semestre, na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado I, etapa na qual os graduandos estão em período de preparação para, posteriormente, realizarem estágio de docência nas escolas.
A professora Janaína explica que a proposta integra o projeto de ensino "Saberes da Docência", que agrega ações de pesquisa e extensão. Segundo ela, o projeto foi planejado de forma colaborativa desde o plano de ensino, às atividades desenvolvidas, até uma interação multicampi prevista para o final do semestre.
Janaína conta que a proposta “Memórias da Escola” foi criada com base na ideia de que as experiências vividas durante a escolarização podem influenciar a trajetória profissional dos estudantes de licenciatura. "Tem marcas positivas e outras nem tanto, então esse foi um momento para conversarmos sobre memórias, afetos, dores, buscando reelaborar práticas consagradas nas instituições de ensino, tanto na Educação Básica como no Ensino Superior", aponta.
Para a docente, a iniciativa também possibilita que a docência seja vista e desempenhada de forma mais humanizada. “Essa atividade também é importante para a formação humana dos professores, acreditando que as emoções, os sentimentos, as lembranças e as memórias são fatores que fazem parte da nossa trajetória e elas estão junto de nós quando entramos na sala de aula”.
Percepções dos futuros docentes
Estudante do curso de Letras - Português e Literaturas de Língua Portuguesa, do campus São Lourenço do Sul, Julia Borba define a experiência como uma “viagem direta para o passado”. Em sua concepção, visitar lugares bons e ruins das memórias escolares permitiu que ela e os colegas refletissem sobre qual tipo de educadores vão querer ser no futuro. “O contato com as nossas experiências passadas mostrou muito dos problemas escolares atuais e nos provocou a pensar ‘Como podemos ser melhores’; ‘Como desenvolver uma identidade docente que seja atrativa para nossos futuros alunos’; ‘Como evitar os mesmos erros dos nossos antigos professores’; ‘Como se adaptar a essa nova realidade’, ou ‘Qual o nosso papel como futuros educadores para evitar essa onda de violência nas escolas’”, relata Júlia.
Também estudante do curso de Letras do campus lourenciano, Diego Freitas diz que entre as principais memórias que a ação lhe despertou, estão a sua participação na banda marcial da escola que estudava e em olimpíadas esportivas escolares, principalmente em times de futsal. “Vejo as ‘Memórias da Escola’ no esporte ou em qualquer área como exemplos de como podemos colocar em prática atividades que impactem positivamente a vida da comunidade escolar num futuro em sala de aula. Essas atividades podem estar dentro ou fora da sala de aula, o principal é acreditar no aluno e no ensino”, afirma Diego, que além disso destaca que “olhar para trás também é construir e consolidar saberes que serão importantes na nossa experiência de ensinar com responsabilidade”.
