REUNIÃO

Ineesol e MST realizam reunião na FURG-SLS

Foram debatidas parcerias entre a incubadora e o movimento em projetos futuros

Photograph: Gabriela Schmalfuss/SECOM

Na manhã da última terça-feira, 12, representantes da Incubadora de Empreendimentos de Economia Solidária (Ineesol) - programa de extensão da FURG vinculado aos campi São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha - se reuniram com integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) no Rio Grande do Sul. O encontro foi realizado na FURG São Lourenço do Sul (FURG-SLS) e contou com a presença das lideranças do MST Adalberto Martins, Salete Carollo e Juliane Soares Ribeiro.

A reunião visou fortalecer os laços entre a incubadora e o movimento social. Márcia Umpierre, docente da FURG, apresentou inicialmente as linhas de atuação da Ineesol, da qual é uma das coordenadoras, destacando seu papel na promoção da economia solidária no Rio Grande do Sul. Assim, foi ressaltado o trabalho realizado junto a empreendimentos coletivos e a organização de feiras, a partir do projeto "Feiras da Agricultura Familiar: processos associativos para fortalecimento da pequena produção".

Em seguida, Adalberto, Salete e Juliane também apresentaram as atividades do MST, que conta com 17 cooperativas em funcionamento no estado, fruto de processos organizativos e de autogestão, além de diversas ações de formação em escolas e universidades gaúchas. “O MST não é um movimento sindical, não é um movimento popular e ele não é um partido, mas ele é tudo isso, porque ele tem uma base social que organiza a economia; que demanda temáticas populares, como moradia, estradas, saúde, educação; e tem como objetivo transformar a sociedade”, salientou Adalberto.

A partir do encontro, foram prospectadas ações futuras conjuntas: o assessoramento da Ineesol em feiras promovidas pelo MST, com apoio técnico; e formações oferecidas pela Ineesol dentro da perspectiva da extensão popular em cooperativas, grupos de assentamento em cursos livres. Em contrapartida, o MST se colocou à disposição da incubadora para a oferta de vagas para estágios, visitas técnicas, e participação de integrantes da incubadora em formações de cursos livres com relação ao movimento, à questão agrária e à luta pela terra de forma popular. “Eles trouxeram as demandas deles e colocaram o que podem nos oferecer para firmar essa parceria e para fortalecer ainda mais a questão pela luta pela terra”, destaca a também coordenadora da Ineesol, Desirée Fripp dos Santos.

Também estão sendo pensados projetos futuros em parceria do curso de Gestão de Cooperativas com o MST, a partir do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera). Além disso, o movimento se mostrou aberto a dialogar com outros cursos da FURG, como Engenharia Mecânica e Engenharia de Alimentos para atender as necessidades das suas cooperativas. "É uma relação de parceria entre o MST e a FURG. Algumas ações são específicas para a Ineesol e o campus São Lourenço Sul, mas outras ações se estendem também ao Carreiros e a Santo Antônio da Patrulha", ressalta Márcia.

Para a docente, a aproximação reafirma o compromisso social da universidade. "Nós somos uma universidade socialmente referenciada, ou seja, a universidade precisa atender às demandas da sociedade. O MST tem mais de 40 anos de história e é muito importante para o Rio Grande do Sul na discussão sobre a produção de alimentos. É mais do que apenas estreitar relações; os movimentos estão olhando para a universidade como parceira, não apenas como alguém que chega e diz como as coisas devem ser feitas. Trabalhar em parceria permite que eles nos indiquem suas demandas e nos ensinem. Eles têm muito a nos ensinar, afinal, têm 40 anos de experiência na organização de empreendimentos coletivos. Isso nos permite oferecer aos nossos alunos uma visão prática, não apenas teórica. Isso se reflete em um forte processo de extensão. Por outro lado, nós, com nosso conhecimento, capacidade científica e tecnológica, buscamos apoiar as demandas deles. Por exemplo, atendendo à demanda por equipamentos agrícolas de pequena escala para a produção agrícola familiar. Esse é um ponto importante: a universidade tem o conhecimento necessário para ser uma parceira nessas questões”, explica Márcia.

 

 

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Foram debatidas parcerias entre a incubadora e o movimento em projetos futuros

Foto: Gabriela Schmalfuss/SECOM