Cram/FURG trata 19 pinguins sujos de óleo

Dezenove pinguins de Magalhães encontrados sujos de óleo estão em tratamento no Centro de Recuperação de Animais Marinhos da Universidade Federal do Rio Grande (Cram/FURG). Eles foram resgatados, desnutridos e desidratados, na praia do Parque da Lagoa do Peixe, em Mostardas, por técnicos do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade. Os animais estavam em deslocamento, no período natural de migração que dura de junho a início de setembro, quando deixam o sul da Patagônia até Cabo Frio, na costa brasileira, em busca de alimento.

Encontrar óleo nesse trajeto é um problema crônico, segundo os veterinários do Cram/FURG, Rodolfo da Silva e Pedro Bruno. A origem das manchas, frequentes na costa nessa época do ano, não é confirmada, mas a causa provável é a liberação por embarcações. Cobertos pelo óleo, os animais não têm como se aquecer e procuram calor na beira da praia, ficando distantes do alimento. Se não fossem resgatados, morreriam de fome.

No Centro, eles recebem alimento - papa de pescado e água três vezes ao dia. A equipe calcula que daqui a três dias os animais poderão se alimentar de pescado. Na próxima segunda-feira, 27, eles receberão banho com detergente para retirada do óleo. Os pinguins devem ser devolvidos ao habitat natural daqui a 25/30 dias.

Esse tipo de ação também serve como referência para outros centros e profissionais que atuam com a recuperação de animais marinhos no país. Acompanhando os trabalhos, a bióloga marinha Paula Miuta, formada pela Universidade Santa Cecília, de São José dos Campos-SP, afirma que nunca havia se deparado com um trabalho do tipo. A maioria dos locais reabilita, mas depois mantém os animais em cativeiro, diz.

Os veterinários envolvidos na recuperação dos animais acreditam que essa é a primeira migração do grupo, pois todos são pinguins jovens. Graças ao Cram/FURG, o ciclo da vida não será interrompido.

Fotos: Cram/FURG

 

Assunto: Arquivo