RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Diretora chinesa do Programa Confucius Classroom na UFF visitou a FURG nesta segunda-feira, 20

Programa oferta cursos de língua e cultura chinesas em mais de 150 países

Foto: Hiago Reisdoerfer/Secom

Na tarde desta segunda-feira, 20, a FURG recebeu a visita da diretora chinesa do Confucius Clasrroom na Universidade Federal Fluminense (UFF), Ana Qiao Jianzhen. A professora é também diretora do Departamento de Português e Espanhol da Universidade Normal de Hebei – uma das maiores e mais renomadas do país asiático. Sua visita é reflexo direto dos laços estabelecidos pelo vice-reitor, Renato Duro Dias, que em julho deste ano visitou uma série de instituições de ensino superior chinesas durante uma missão internacional do Grupo de Cooperação Internacional de Universidades Brasileiras (GCUB).

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“Naquela agenda, as instituições brasileiras puderam mencionar a intenção de ampliar a oferta de cursos de idioma, tanto de mandarim para brasileiros, como de português para chineses. Criamos uma relação de afeto com uma série de profissionais da educação chinesa neste encontro, um deles sendo a professora Ana Qiao. Ela demonstrou bastante interesse pelo trabalho da FURG e tinha nos prometido uma visita em novembro”, recordou Renato.

O Ensino da língua e da cultura chinesa para o mundo

Com a preocupação de posicionar a China globalmente, o país vem desde o início do século XXI desenvolvendo uma série de ações para capacitar e fomentar o ensino da língua e da cultura chinesa ao redor do mundo. Uma dessas ações é o Centre for Language Education e Cooperation (Clec), responsável mundial pela formação de professores para ensino de mandarim como língua estrangeira. Ao redor do planeta, o programa mantém centros de cooperação em mais de 150 países onde oferece cursos do idioma e da cultura do país asiático por meio do Confucius Institute.

De acordo com a professora Ana Qiao, esse movimento é resultado da abertura da China às relações internacionais no final do século passado, momento em que percebeu a importância da inserção global e da divulgação da sua rica cultura. “Nós sofremos muito, do ponto de vista do desenvolvimento do nosso povo, com a guerra ao ópio e o início da revolução industrial, acabamos ficando muito atrasados em relação a alguns países europeus. Esse cenário piorou ainda mais com as portas do país fechadas para as relações de cooperação com o resto do mundo. Atualmente, avançamos muito em pouco tempo, desde o início do processo de internacionalização da China; passou-se a investir mais em educação, e com isso, percebeu-se a importância de inserção global, no entanto, a língua e a distância são uma grande barreira ainda”, comentou a visitante.

Ainda segundo a professora, o programa Confucius surge de acordos de cooperação entre instituições de ensino internacionais e instituições de ensino superior chinesas, no intuito de, sobretudo, incentivar e oferecer ferramentas e recursos humanos para o ensino de mandarim, e, da mesma forma, capacitar também chineses na proficiência de outras línguas – entre elas o português brasileiro -, diminuindo por fim a barreira linguística do país.

Sobre a visita

Recepcionada pelo reitor Danilo Giroldo e pelo vice-reitor, Renato Duro Dias; os gestores acompanharam a professora visitante em um tour pela cidade do Rio Grande, mostrando pontos culturais e tradicionais da vida no município, destacando aspectos sociais e culturais – e por extensão da própria FURG -, como a relação próxima com o ambiente costeiro e a capacidade instalada do Centro de Convívio Meninos do Mar (CCMar), por exemplo.

No início da tarde, a professora foi recebida no prédio da Reitoria pelo vice-reitor, acompanhado pelo secretário de Relações Internacionais, Milton Asmus; a diretora do Instituto de Letras e Artes (ILA), Elaine Nogueira; e o coordenador da área de Inglês do Centro de Línguas (CeLi), Rodrigo Pereira. Na ocasião, os gestores da FURG puderam apresentar com mais detalhes as potencialidades da universidade, bem como elencar pontos importantes do ensino de línguas na instituição.

Para o vice-reitor, a visita da professora corrobora um conjunto de ações de internacionalização que a FURG vem realizando ao longo dos últimos anos, especialmente aproximando a instituição de outras universidades estrangeiras - como é o caso das universidades chinesas. “Nessa reunião dialogamos sobre as possibilidades de ampliação de intercâmbio, tanto em modalidade estudantil quanto para professores. Esse passo é fundamental, e é reflexo da visita que fiz junto à Universidade Normal de Hebei”, detalhou Renato.

Já para o secretário de Relações Internacionais da FURG, a ocasião possui um significado importante em dois aspectos: o político e o prático. “Em relação ao primeiro, a visita reflete a política da Universidade Normal de Hebei e da China como um todo, que elenca como prioridade estabelecer relações de cooperação internacional e expandir aspectos da cultura chinesa globalmente. Do ponto de vista pratico, a FURG recentemente estabeleceu um memorando de entendimento com a Universidade Normal de Hebei; a presença da professora nos ajuda a discutir e trazer as várias possibilidades que temos para explorar esse convênio”, pontuou Milton.

Aproximação China-mundo: visão institucional

Ainda segundo Milton, a China vem desempenhando um papel de presença global cada vez mais forte, por meio do estabelecimento de ações que possam ampliar a cooperação com outros países e, por consequência, aumentar a influência chinesa nos aspectos científicos, econômicos e sociais na comunidade internacional. “Há inclusive interesse do governo chinês em auxiliar no estabelecimento de cursos de graduação de letras em mandarim em universidades ao redor do mundo, como a FURG, por exemplo. A presença da Ana Qiao aqui demonstra a disposição das universidades chinesas em estabelecer essas parcerias”, concluiu o secretário.

Atualmente, a FURG possui um memorando assinado com a Universidade Normal de Hebei, permitindo uma série de atividades de internacionalização; e, além deste, existem outros dois memorandos andamento com outras universidades chinesas. 

 

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Hiago Reisdoerfer/Secom