SAÚDE INFANTIL

HU-FURG/Ebserh inicia a imunização com Palivizumabe

Hospital é polo de aplicação da medicação desde 2019

Foto: Unidade de Comunicação do HU-FURG/Ebserh

O Hospital Universitário Dr. Miguel Riet Corrêa Jr. (HU-FURG), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), iniciou a aplicação do Palivizumabe. O medicamento é disponibilizado pela SES/Ministério da Saúde e aplicado nos polos. O HU-FURG, desde 2019, é um desses polos, sendo referência para Rio Grande, São José do Norte, Chuí e Santa Vitória do Palmar. O Palivizumabe, um imunizante constituído por anticorpos (defesas), é indicado para aumentar a proteção de bebês e crianças que tenham maior probabilidade de desenvolver doença respiratória grave causada pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR).    

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A expectativa é imunizar 18 a 20 crianças/mês, sendo que dez já foram atendidas na manhã de hoje, 26 de março. A equipe do HU-FURG/Ebserh, composta por pediatras, enfermeiros e farmacêuticos, atendeu as primeiras crianças no Ambulatório Central, seguindo o protocolo específico estabelecido, e segue com as imunizações na próxima semana, de acordo com o agendamento. A previsão é imunizar ambulatoriamente as crianças que têm indicação, assim como aplicar dose intra-hospitalar para os casos selecionados, como salienta a médica pediatra Marilice Magroski. "O uso desse imunizante reduz a gravidade da doença, assim como sua incidência na população infantil. A aplicação segue os protocolos de cuidado exigidos para prevenir a covid-19, salientando que é imprescindível realizar a imunização dessas crianças que preenchem os critérios inclusivos", enfatiza Marilice.  

O Ministério da Saúde disponibiliza, anualmente, até cinco doses/ano de Palivizumabe por criança. As aplicações são realizadas a cada 30 dias, no período de maior circulação do VSR, de março a setembro, com pico em junho e julho. O HU-FURG/Ebserh segue o protocolo estadual que prevê os seguintes critérios de inclusão dos seguintes grupos de pacientes:  

  1. A) Crianças menores de 1 ano de idade (até 11 meses e 29 dias) que nasceram prematuras com idade gestacional menor ou igual a 28 semanas (28 semanas e 6 dias). 
  2. B) Crianças menores de 2 anos de idade, com doença pulmonar crônica da prematuridade.  
  3. C) Crianças menores de 2 anos de idade, com cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica demonstrada. 
  4. Os encaminhamentos são analisados individualmente pela equipe do HU-Furg e, em caso de conformidade com os critérios de inclusão estabelecidos no protocolo, os pais ou responsáveis são instruídos sobre a documentação necessária e, posteriormente, contatados para o agendamento das aplicações.   
  5. Sobre o Palivizumabe

A bronquiolite é uma doença infantil com alta prevalência nos meses de inverno no sul do país, determinando a necessidade de internação de um considerável número de bebês e causa de muitos óbitos. O Palivizumabe é um medicamento que tem por função deixar a criança imune à infecção pelo Vírus Sincicial Respiratório (VSR) por um tempo de 30 dias. Não é uma vacina, é um anticorpo (defesa pronta). O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais agentes causadores das infecções que acometem o trato respiratório inferior em crianças menores de dois anos de idade, podendo ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os períodos de frio. O VSR atinge o trato respiratório através do contato íntimo de pessoas infectadas ou através de superfícies ou objetos contaminados.  

Bebês com menos de seis meses de idade, principalmente prematuros, crianças com doença pulmonar crônica da prematuridade e cardiopatas são a população de maior risco para desenvolver infecção respiratória mais grave, necessitando de internação por desconforto respiratório agudo em 10% a 15% dos casos. A prematuridade é um dos principais fatores de risco para hospitalização pelo VSR. Em prematuros com menos de 32 semanas de idade gestacional, a taxa de internação hospitalar é de 13,4%, sendo que esta taxa decresce com o aumento da idade gestacional. A presença de malformações cardíacas está relacionada a uma maior gravidade e taxas de hospitalização maiores em caso de infecções causadas pelo VSR. A taxa de admissão hospitalar nesses quadros é de 10,4%, com maior necessidade de internação em terapia intensiva e ventilação mecânica (37%) e mortalidade de 3,4% comparada a uma taxa de 0,5% na população previamente sadia. Nas crianças com Doença Pulmonar Crônica da Prematuridade (DPCP) a taxa de internação hospitalar atinge 17%.