46ª EXPOINTER

Pesquisa da Ineesol busca identificar perfil socioeconômico dos agricultores familiares gaúchos

Expositores de 372 bancas do 25º Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer serão consultados durante o evento

Foto: Gabriela Schmalfuss

Buscando conhecer o universo dos agricultores familiares gaúchos, integrantes da Incubadora de Empreendimentos de Economia Solidária (Ineesol) têm realizado uma pesquisa durante a 46ª Expointer.

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Um questionário composto por 26 questões está sendo aplicado aos 372 expositores que compõem o 25º Pavilhão da Agricultura Familiar, espaço em que a incubadora é responsável por prestar apoio técnico à infraestrutura, em cooperação com a Fundação de Apoio à Universidade do Rio Grande (FAURG) e o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), a partir do projeto "Feiras da Agricultura Familiar - Processos associativos”.

Segundo a coordenadora da Ineesol, Liandra Caldasso, a realização da pesquisa é importante para obtenção de uma amostra significativa do perfil socioeconômico da agricultura familiar no estado.

Ela explica que os campi em que a Ineesol atua – São Lourenço do Sul e Santo Antônio da Patrulha – têm forte ligação com a agricultura familiar, por isso a feira foi vista como uma grande oportunidade de dialogar diretamente com os agricultores, com a possibilidade de ir atingir pessoas de diversas regiões do Rio Grande do Sul ao mesmo tempo. Dos 372 empreendimentos presentes no Pavilhão, 368 gaúchos, e quatro são mineiros.

“É uma oportunidade ímpar de falar com um número tão expressivo, porque eles são de regiões de todo o estado. Jamais conseguiríamos fazer uma pesquisa desse porte, indo nos lugares, pelo custo e pelo número de pessoas que seriam necessárias”, conta.

Entre os tópicos abordados no questionário, busca-se identificar a origem dos empreendimentos, o tamanho das propriedades, o que é produzido e de que forma, ou seja, se dentro de uma agricultura convencional ou orgânica, por exemplo.

A coordenadora relata que uma preocupação da equipe foi criar um instrumento de pesquisa sucinto, que não demandasse tanto tempo dos entrevistados, para não atrapalhar a comercialização das bancas. Destaca também que a maioria se mostra bastante receptivo e interessado em contribuir com a pesquisa.

Segundo ela, ideia é que em 2024 a Ineesol consiga aprofundar a pesquisa, com perguntas que abordem o espaço da mulher no campo, dos jovens na sucessão familiar, a valorização de espécies de Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC), e a gestão ambiental rural, por exemplo.

Tadeu Perciúncula foi um dos entrevistados durante a feira. Representando a Cooperativa dos Povos Tradicionais de Mostardas (Cooptram), ele comenta que a iniciativa da universidade é fundamental para promover parcerias que pensem na agricultura ecológica como forma de garantir o desenvolvimento regional, respeitando o meio ambiente. Assim, cita que um grande campo de conhecimento que pode ser potencializado pela FURG a partir dos dados coletados é o fortalecimento de cadeias de bioinsumos, necessários para abastecer as demandas do campo.

Já as estudantes de Engenharia de Produção e Administração, Maria Fernanda Prado e Rafaela Podilchuk, bolsistas da Ineesol, contam que, para elas, a realização da pesquisa tem sido uma experiência importante por possibilitar que tenham um canal de diálogo direto com os agricultores. “A gente acaba tendo uma troca bem legal. Claro, tem pessoas que são mais fechadas, que respondem com o sim ou não, olhando pra baixo. Já têm outras pessoas que começam a conversar. Eu acho que é muito legal”, comenta Rafaela, destacando que nas conversas geralmente os expositores ficam felizes em saber que elas são estudantes, e incentivam que continuem os estudos.

 

 

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Expositores de 372 bancas do 25º Pavilhão da Agricultura Familiar da Expointer serão consultados durante o evento

Foto: Gabriela Schmalfuss