4º ENEKI

Estudantes da FURG-SLS participam de encontro nacional quilombola na Amazônia

Comitiva foi organizada pelo Coletivo Quilombola da FURG

Foto: Divulgação

Entre os dias 3 e 6 de agosto, estudantes da FURG São Lourenço do Sul, membros do Coletivo Quilombola da universidade, estiveram presentes em Belém do Pará/PA, participando do 4º Encontro Nacional de Estudantes Kilombolas (Eneki).

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A delegação da universidade contou com a participação de vinte pessoas, sendo a maioria estudantes de graduação, e incluiu algumas lideranças. Seis dos participantes eram vinculados ao campus São Lourenço do Sul e os demais ao campus Carreiros, em Rio Grande.

Com o tema “Amazônia Quilombola: Rios de Vozes que Ecoam Resistência”, o evento buscou evidenciar a vasta diversidade sociocultural das comunidades quilombolas presentes no território brasileiro, que por meio de suas histórias e lutas, expressam uma resistência ancestral diante dos desafios que se apresentam.

Além de diversas trocas de saberes entre os estudantes e os demais presentes, o 4º Eneki também contou com espaço para socialização de trabalhos. Na oportunidade, a aluna do curso de Agroecologia da FURG-SLS, Mariéla dos Santos Centeno Ferreira, apresentou o projeto de pesquisa “Percepção de famílias quilombolas sobre as populações de abelhas no município de São Lourenço do Sul-RS”.

A pesquisa de Mariéla constatou que 60% dos apicultores entrevistados relataram observar uma diminuição nos enxames nos últimos anos, relacionando isso à pulverização aérea de agrotóxicos utilizados para a produção de soja em lavouras próximas às propriedades, e à estiagem enfrentada há quatro anos na região. Além disso, 20% das famílias entrevistadas relataram aumento de enxames, atribuindo essa mudança à realocação dos apiários para áreas mais protegidas na mata, com diversidade de floração.

Mariéla destaca que todos os entrevistados relacionam a atividade apícola ao conhecimento e ao vínculo geracional. Segundo ela, os dados preliminares da pesquisa evidenciam o impacto da agricultura convencional na manutenção da atividade apícola entre as famílias quilombolas entrevistadas. Isso traz como resultados a insegurança financeira e alimentar, bem como o enfraquecimento do vínculo identitário com a atividade, afetando a relação afetiva com os insetos, que é passada de geração para geração ao longo de décadas.

 

 

Galeria

A aluna do curso de Agroecologia da FURG-SLS, Mariéla dos Santos Centeno Ferreira apresentou o projeto de pesquisa “Percepção de famílias quilombolas sobre as populações de abelhas no município de São Lourenço do Sul-RS”

Foto: Divulgação