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Laboratório MARéSS divulga manifesto sobre cheias no Rio Grande do Sul

No documento, são elencados aspectos que devem ser considerados por gestores públicos

Foto: Divulgação

Nesta terça-feira, 26, o Laboratório Interdisciplinar Mapeamento em Ambientes, Resistência, Sociedade e Solidariedade (MARéSS), da FURG, divulgou um manifesto sobre as cheias que têm afetado fortemente o Rio Grande do Sul nos últimos meses. Confira abaixo:


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Considerando as cheias ocorridas nos meses de junho a setembro de 2023 no estado do Rio Grande do Sul, o Laboratório Interdisciplinar MARéSS – Mapeamento em Ambientes, Resistência, Sociedade e Solidariedade, da FURG - Universidade Federal do Rio Grande, vem a público manifestar a solidariedade com as populações afetadas. Da mesma forma, observamos aspectos urgentes que devem ser considerados por gestores e gestoras dos municípios, governo de estado e governo federal:

1) O debate climático não é uma surpresa e o negacionismo climático, além de uma prática discursiva, se revela também na inexistência (ou parca existência) de ações públicas de prevenção, preparo e resposta. Frente à realidade cotidianamente imposta, não há espaço para a institucionalização do negacionismo climático;

2) As consequências são graves para todos os setores da sociedade, mas são os mais pobres que tem sofrido os maiores e mais frequentes danos, o que se traduz na injustiça climática.

3) As condições extremas inviablizam a manutenção dos grupos de distintas formas. Podemos citar os catadores de materiais recicláveis, que se veem impossibilitados de coletar e processar os materiais; os agricultores familiares, que enfrentam diversas dificuldades na colheita e comercialização; e as comunidades pesqueiras, face sua dependência aos ciclos das águas e ao histórico descaso do poder público, que lhes nega infraestruturas básicas como acesso à estrada. Ademais, as comunidades pesqueiras situadas no estuário da Lagoa dos Patos sofrem com o escoamento da água de todo o Rio Grande do Sul.

4) Assim, faz-se necessário que as políticas públicas de infraestrutura pública, de resposta a emergências e de formação cidadã alcancem e priorizem essas populações vulnerabilizadas e promovam o fortalecimento das lideranças comunitárias.


O documento também pode ser consultado no site do MARéSS